Manto indígena é exibido na Caixa Cultural de São PauloExposição reúne 13 artistas de norte ao sul do Brasil e exibe manto feito pela artista Glicéria Tupinambá.Fotografia feita pelo artista Edgar Xakriaba.Após passar por Brasília e Salvador, a exposição "Nhe´ ẽ Se" desembarca na Caixa Cultural de São Paulo, reforçando a presença das culturas indígenas na cidade. A visitação é gratuita, de terça a domingo, das 9h às 18h.A mostra apresenta obras de 13 artistas indígenas contemporâneos de diversas regiões, abordando memória, resistência e renovação através de suas vozes e visões, incluindo povos Guarani, Pankararus, Mura, Tukanos, Molina, entre outros.Você encontra as notícias mais relevantes sobre e para a população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!A exposição combina artistas renomados com novos nomes: Aislan Pankararu, André Hulk, Auá Mendes, Daiara Tukano, Day Molina, Déba Tacana, Edgar Kanaykõ Xakriabá, Glicéria Tupinambá, Paulo Desana, Rodrigo Duarte, Tamikuã Txihi, Xadalu Tupã Jekupé e Yacunã Tuxá.A curadoria é assinada por Sandra Benites e Vera Nunes. Sandra, da etnia Guarani Nhandeva, é pesquisadora e doutoranda em Antropologia Social pelo Museu Nacional da UFRJ, sendo a primeira curadora indígena no Brasil a integrar uma equipe de museu. Vera Nunes é uma líder em projetos artísticos de grande escala no país, pesquisadora em arte pública, gênero, raça e interseccionalidades.A exposição nasceu de uma pesquisa acadêmica de Benites, refletindo o desejo de expressão dos povos indígenas, com patrocínio da CAIXA e do Governo Federal, e idealização da Via Press – Comunicação & Cultura, com 26 anos de atuação em projetos culturais.São Paulo: entre riosEm meio ao cenário urbano de São Paulo, a exposição aborda como os povos indígenas percebem a vida, a comunidade e a natureza. Desde a origem do mundo, os rios representam as veias da terra e canais que conectam o físico ao espiritual, sustentando o equilíbrio.São Paulo é cortada por mais de 300 rios e córregos, como Tietê, Pinheiros e Tamanduateí. A cidade, embora rodeada de água, teve seus rios soterrados pelo asfalto. A mostra reflete essa dicotomia entre a espiritualidade indígena e a urbanização, com rios que às vezes emergem em chuvas intensas."Nossa ideia é refletir sobre os rios e o fato de que esta cidade é uma terra indígena, assim como seus rios, que também foram soterrados e silenciados. Mas é hora de Nhe´ ẽ Se: o desejo de fala", explica as curadoras.A exposição também apresenta um manto exclusivo criado pela artista Glicéria Tupinambá, da Terra Indígena Tupinambá de Olivença, na Bahia.O "Assojaba Tupinambá" é uma vestimenta sagrada, feita com penas de aves nativas, usada em rituais. Para os Tupinambá, simboliza a conexão entre espiritualidade, meio ambiente, economia, agroecologia e transmissão de saberes, além de representar a invisibilidade das mulheres e o apagamento cultural indígena.Os mantos Tupinambá, feitos de penas, eram usados por lideranças indígenas antes da colonização e simbolizavam poder e pertencimento. Muitos foram levados para museus europeus durante o período colonial, mas Glicéria tem trabalhado na recuperação e valorização dessa cultura, recriando os mantos e resgatando conhecimentos ancestrais.A mostra apresenta diversas linguagens artísticas, incluindo obras de arte urbana, grafite, fotografia, cerâmica, moda, entre outras, de artistas como Daiara Tukano, Auá Mendes, André Hulk, Xadalu Tupã Jekupé, Yacunã Tuxá, Tamikuã Txihi, Aislan Pankararu, Paulo Desana, Edgar Kanaykõ Xakriabá, Rodrigo Duarte, Déba Tacana e Day Molina.ServiçoQuando: até 11 de maio de 2025Onde: CAIXA Cultural São Paulo | Praça da Sé, 111 – Centro HistóricoVisitação: de terça a domingo, das 9h às 18hApoie jornalismo preto e livre!Nosso trabalho depende do apoio de pessoas que acreditam em nossa missão. A arrecadação é feita principalmente por financiamento coletivo, que nos ajuda a manter a equipe, cobrir despesas e investir em novos projetos.Nosso objetivo é oferecer um jornalismo preto, livre e de alta qualidade.A Alma Preta é uma agência de notícias focada na temática étnico-racial no Brasil.
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