8 anos sem Belchior: amigos e parceiros revelam momentos inéditosNa semana em que os oito anos da morte de Belchior ecoam pelo País, amigos, parceiros musicais e admiradores lembram momentos compartilhados com o artistaNo dia 30 de abril de 2017, morreu o cantor cearense Belchior, aos 70 anos, em Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul. Ele morreu no sono, na casa com sua companheira Edna Prometeu, por causas naturais, ouvindo música clássica. Foi descoberto posteriormente um aneurisma na aorta, que levou o sangue a seguir um falso trajeto entre as artérias.Com 18 discos lançados, apesar de seu sumiço nos últimos anos de vida, Belchior permaneceu na memória e nos ouvidos de seus fãs. Recentemente, o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) anunciou a condecoração de Belchior com a Medalha do Mérito Artístico e Cultural Patativa do Assaré, em 24 de abril.Além daqueles que vivenciaram o Movimento do Pessoal do Ceará e testemunharam seu temperamento, a vida e obra de Belchior continuam sendo inspiração para uma nova geração de artistas cearenses.Rememorando os oito anos de sua morte, confira depoimentos de familiares, parceiros musicais, amigos e admiradores do legado de Belchior.Depoimentos exclusivos sobre a vida, obra e momentos com BelchiorEdmar Gonçalves (cantor, compositor e artista plástico)Quando Belchior visitou meu ateliê, levado pelo meu irmão Mano Alencar, foi muito emocionante. Ele sempre foi uma referência para mim. Gostou dos meus quadros, principalmente da fase dos “Guerreiros do Arco-Íris”, do qual encomendou um trabalho.Ao entregar o quadro, falei que estava gravando meu primeiro disco, “Aprendiz”, e o convidei para participar. Ele aceitou, demonstrando sua humildade e generosidade. A música escolhida foi “Brasileiramente Linda”.Indicação de música: “Brasileiramente Linda”Alberto Perdigão (jornalista, escritor e autor de “Belchior: a construção de um mito na literatura de cordel”)Conheci Belchior na segunda metade dos anos 1970, ouvindo “Alucinação” e “Coração Selvagem”. Reencontrei-o na literatura de cordel, onde é santificado na morte e eternizado em um céu próprio da poesia popular. Gosto de “Pequeno perfil de um cidadão comum”, de 1978, que retrata Belchior como poeta e cronista do tempo.Indicação de música: “Pequeno perfil de um cidadão comum”Josely Teixeira Carlos (professora, com doutorado sobre Belchior)Belchior anunciava sua chegada com entusiasmo, como na noite em Crateús, onde participou de um evento na Casa de Arte e Cultura, fundado por ele. Compartilhou histórias e cantou “De Primeira Grandeza” para mim, uma lembrança inesquecível.Indicação de música: “De Primeira Grandeza”Alan Morais (pesquisador, colecionador, DJ)Ouvi Belchior na infância, e sua música me acompanhou sempre. Tenho todos os discos e o considero uma grande influência na minha carreira musical.Indicação de música: “Conheço meu lugar”Alan Mendonça (escritor, compositor e dramaturgo)Minha primeira experiência com Belchior foi ao comprar seu disco “Era uma vez um homem e seu tempo” em 1979. Anos depois, editei um livro em homenagem a ele, explorando suas canções e sua trajetória.Indicação de música: “Tudo outra vez”Ricardo Guilherme (ator e professor)Conheci Belchior em 1976, quando visitei sua família em Fortaleza. Tive o privilégio de conversar com ele e de gravar uma música juntos, “Não Leve Flores”. Sua ausência deixa uma saudade eterna.Indicação de música: “Não Leve Flores”#J-18808-Ljbffr